Você sabe se o seu pet é do samba ou do rock? Já colocou uma música para tocar e percebeu seu pet reagindo de maneira curiosa? Talvez um balançar de cauda, orelhas em alerta ou até mesmo um “cantar” espontâneo? Se sim, você não está sozinho.
Muitos tutores relatam reações inusitadas de seus animais quando expostos a diferentes tipos de sons. Mas será que os pets têm ritmo? A ciência vem investigando esse fenômeno com seriedade e os resultados são surpreendentes.
Neste artigo, exploramos como cães, gatos e outros animais respondem à música, o que isso revela sobre o cérebro deles e se a batida pode realmente influenciar o comportamento, o humor e até a saúde dos nossos companheiros de quatro patas.
Animais escutam música como os humanos?
Em primeiro lugar, é importante entender que o sistema auditivo de cães e gatos é diferente do nosso. Enquanto os humanos escutam sons entre 20 Hz e 20.000 Hz, os cães alcançam até 45.000 Hz, e os gatos, impressionantes 64.000 Hz. Isso significa que eles escutam sons mais agudos que nós sequer percebemos.
Mas essa sensibilidade auditiva não significa que eles apreciam música da mesma forma que nós. A apreciação musical, como nós a conhecemos com emoção, nostalgia, interpretação, é, na maioria, uma construção cultural e cognitiva humana. No entanto, os animais podem reagir fisiológica e emocionalmente a estímulos sonoros, especialmente se esses forem ritmados ou associados a experiências anteriores. Independente de samba ou rock.
O que a ciência já descobriu?
Pesquisas recentes mostram que alguns animais, principalmente mamíferos sociais, conseguem perceber o ritmo e até responder a ele. Veja o que estudos apontam:
Cães.
Portanto, um estudo da Universidade de Glasgow, em parceria com a Scottish SPCA, testou os efeitos de diferentes gêneros musicais em cães abrigados. O resultado? Sendo assim, músicas como Reggae e soft rock foram os estilos que mais acalmaram os cães, diminuindo a frequência cardíaca e o nível de estresse. Já músicas mais agitadas, como heavy metal, aumentaram a ansiedade.
Além disso, muitos cães tentam “acompanhar” sons, uivam quando ouvem sirenes ou cantos prolongados, por exemplo. Isso sugere sensibilidade a padrões sonoros, embora não seja necessariamente uma resposta ao ritmo em si.
Gatos.
Os gatos são mais seletivos. Estudos demonstram que eles não respondem bem à música humana tradicional. Mas quando os pesquisadores criaram músicas com frequências e ritmos semelhantes aos sons naturais que os gatos emitem (como ronronados ou miados), eles reagiram positivamente: relaxaram, se aproximaram da fonte sonora e demonstraram sinais de conforto.
Isso levou à criação de playlists “cat-friendly”, baseadas na bioacústica felina.
Papagaio e cacatuas.
Algumas das reações mais interessantes vêm das aves. Uma cacatua chamada Snowball ficou famosa por dançar em sincronia com a batida da música — não por adestramento, mas espontaneamente.
A pesquisa mostrou que Snowball conseguia ajustar seus movimentos de dança à velocidade da música. Isso faz dos papagaios um dos poucos animais comprovadamente sensíveis ao ritmo musical humano.
Música terapêuticas.
Sons que curam; a música está sendo cada vez mais usada como terapia complementar para pets. Clínicas veterinárias, creches e até abrigos passaram a adotar músicas específicas para criar um ambiente mais tranquilo para os animais. Entre os benefícios observados estão:
- Redução de latidos e miados excessivos;
- Menor frequência cardíaca em situações de estresse;
- Mais facilidade na adaptação a ambientes desconhecidos;
- Diminuição da ansiedade de separação;
Inclusive, há playlists específicas no YouTube e Spotify com títulos como “Música para cães relaxarem” ou “Canções para acalmar gatos”. Muitas delas usam sons suaves, batidas lentas e ruídos da natureza.
Ritmo e personalidade do pet.
Alguns especialistas sugerem que o tipo de música com o qual o pet se conecta pode ter relação com sua personalidade. Cães mais agitados parecem reagir melhor a ritmos calmos, como jazz, enquanto os mais tímidos se sentem estimulados com melodias um pouco mais animadas; podendo ser um samba, rock ou reggae. Isso abre espaço para experimentações seguras dentro de casa.
Dica prática; coloque diferentes estilos musicais e observe como seu pet reage. Note se ele se deita mais rápido, se abana o rabo, se fica inquieto e curioso. Logo, as reações poderão dizer muito sobre suas preferências e sobre como usar a música a favor do bem-estar.
Existe ritmo em cães e gatos?
A resposta curta é: ainda não temos evidências de que cães e gatos tenham senso de ritmo igual ao dos humanos ou de algumas aves. No entanto, isso não impede que eles reajam a padrões sonoros e até desenvolvam comportamentos associados a determinados sons, como relaxar ao ouvir uma melodia familiar.
Curiosamente, alguns cães conseguem sincronizar passos em passeios com música ou “acompanhar” batidas com o rabo. Embora isso seja mais uma coincidência ou condicionamento do que uma resposta consciente ao ritmo, é encantador observar.
Enriquecimento ambiental.
Enriquecer o ambiente de um pet vai muito além de brinquedos. A música pode ser um estímulo sensorial eficiente e pouco explorado. Alterne sons durante o dia, evite exposição contínua a barulhos altos (como TV ligada o tempo todo), e use músicas específicas em momentos estratégicos: relaxamento, adaptação, antes de saídas ou durante tempestades.
Mas lembre-se: o silêncio também é importante; nem todo pet gosta de música o tempo todo, respeite os sinais.
Conclusão.
Embora seu pet talvez não tenha o ritmo de um dançarino profissional, ele com certeza sente a vibração do ambiente e a música é parte disso. A ciência continua descobrindo os detalhes, mas já sabemos que cães, gatos e outros animais têm, sim, reações emocionais e comportamentais a certos tipos de som.
Contudo, mais do que entreter, a música pode ser uma ferramenta de conexão entre você e seu pet. Ou seja, independente se é um samba ou rock. Sendo assim, use-a com carinho, observe as respostas dele e transforme a trilha sonora da sua casa em um estímulo positivo.
E você, já reparou como seu pet reage à música? Compartilhe sua experiência nos comentários!
Fonte: Portal do dog.