Disputa em meio às lágrimas e decisões difíceis de um divórcio, um novo tipo de disputa tem ganhado espaço nos tribunais e nos corações: a guarda dos pets.
Cães e gatos, antes vistos como “bens materiais”, agora são reconhecidos por muitos juízes como membros da família, com direito a amor, convivência e estabilidade emocional.
O que antes era resolvido com a simples divisão de bens, hoje envolve sentimentos, rotina e, principalmente, o bem-estar de quem não pode falar, mas sente tudo: os animais.
Amor e Laços.
Não é segredo que os pets ocupam cada vez mais espaço nas famílias modernas. Para muitos casais, eles são verdadeiros “filhos de quatro patas”.
Por isso, quando a relação chega ao fim, a separação não é apenas entre duas pessoas — é também a quebra de uma rotina compartilhada com o animal.
Quem vai ficar com ele? Quem poderá visitá-lo? Como manter o equilíbrio emocional do pet, que muitas vezes percebe o conflito e reage com ansiedade ou tristeza?
A resposta, cada vez mais, está sendo buscada não apenas no coração, mas também na lei.
Questão Legal.
Há poucos anos, a justiça ainda enxergava os pets como propriedade, o que tornava as decisões mais simples — e, ao mesmo tempo, menos humanas.
Mas nos últimos anos, diversos países, inclusive o Brasil, têm repensado essa visão.
Hoje, há juízes que reconhecem os animais como seres sencientes, ou seja, capazes de sentir emoções, dor e afeto.
Com isso, muitos processos de divórcio passaram a incluir acordos de guarda compartilhada, onde ambos os tutores têm direito à convivência, visitas e decisões sobre o cuidado do animal.
Essas decisões ainda não são padronizadas, mas representam uma mudança significativa na forma como a sociedade entende o amor pelos pets.
Impacto Emocional.
Assim como as crianças, os animais sentem profundamente a separação de seus tutores.
Cães podem apresentar comportamentos como latidos excessivos, falta de apetite, destruição de objetos e até depressão.
Gatos, por sua vez, tendem a se isolar e mudar hábitos alimentares quando percebem mudanças bruscas no ambiente.
Especialistas em comportamento animal e psicologia alertam que é essencial tratar a separação com diálogo e planejamento. Cuidar das emoções do pet durante essa fase evita traumas e garante uma transição mais tranquila.
O mais importante é garantir o bem-estar do animal, independentemente das diferenças entre os tutores.
Acordos Possíveis.
Na prática, cada casal encontra sua forma de lidar com o fim da relação e a presença do pet.
Os acordos mais comuns envolvem:
- Guarda compartilhada: o animal divide tempo entre as casas dos ex-tutores.
- Guarda principal: um tutor mantém o pet, e o outro realiza visitas.
- Custos divididos: despesas com alimentação, saúde e lazer são partilhadas igualmente.
O segredo está em priorizar o que é melhor para o animal — e não apenas o que parece justo para os humanos.
Casos Reais.
No Brasil, há histórias que chamam atenção. Em 2023, um juiz de São Paulo determinou a guarda compartilhada de um cachorro após ouvir ambos os tutores e avaliar o vínculo afetivo de cada um com o pet.
Em outros casos, acordos amigáveis permitiram que os animais permanecessem com o tutor que tinha maior disponibilidade emocional e financeira, evitando sofrimento.
Essas decisões mostram um avanço social e emocional: reconhecer que o amor pelos animais é parte essencial da estrutura familiar moderna.
Reflexão Necessária.
A disputa pela guarda de um pet é, no fundo, um espelho da evolução humana.
Mostra que estamos aprendendo a ver os animais não como objetos, mas como seres com direito ao afeto e à estabilidade.
Mais que uma questão jurídica, é uma questão de empatia.
Cães e gatos não entendem o que é divórcio, mas compreendem perfeitamente o que é ausência.
Por isso, o amor deve continuar — mesmo quando o relacionamento acaba.
Como Agir.
Em um processo de separação, o diálogo é o primeiro passo. Conversar com calma sobre o que cada tutor pode oferecer ao pet evita conflitos e reduz o sofrimento.
Busque orientação de um veterinário comportamental para entender o que é melhor para o animal e, se necessário, conte com ajuda jurídica especializada em direito pet.
Em vez de decidir “quem fica com o animal”, pense em como manter o vínculo de ambos com ele. O equilíbrio entre rotina, cuidado e afeto ajuda o pet a se adaptar e seguir feliz, mesmo em dois lares diferentes.
Conclusão.
A nova disputa familiar do século XXI revela algo bonito e profundo: o quanto evoluímos emocionalmente como sociedade.
Hoje, lutar pela guarda de um pet é lutar por amor, por responsabilidade e pelo reconhecimento de que eles também têm sentimentos.
Em um divórcio, não há lados quando o que está em jogo é o coração de quem ama sem condições.
Porque, no fim, a melhor decisão é sempre aquela que garante o bem-estar de quem mais precisa de estabilidade — o nosso fiel companheiro de quatro patas. 🐶🐱
Fonte: Portal do dog.
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