Você sabe como se comportar na casa que tem pet? Quando você chega em uma casa que tem cachorro, a primeira coisa a fazer é respeitar o espaço do animal. Muitas visitas começam com o tutor tentando controlar o cão enquanto você tenta cumprimentá-lo de forma efusiva. Mas o cachorro não pediu sua presença, e alguns podem se sentir invadidos.
A regra de ouro é: deixe o cão vir até você. Sente-se, fique calmo, e permita que o animal explore você no seu próprio ritmo. Se ele se aproximar, ótimo – você pode interagir. Se ele preferir ficar distante ou voltar para sua cama, respeite essa decisão; afinal de contas a casa é do pet! Nem todo cão é sociável com estranhos, e forçar a interação causa estresse, ansiedade e pode resultar em uma mordida defensiva.
Alguns cães precisam de tempo para se acostumar com novas pessoas. Deixar espaço significa também não seguir o cão se ele se afastar, não puxá-lo de um canto onde se sente seguro e não invadir a cama ou o local onde ele dorme. Esses são refúgios, e o cachorro precisa saber que tem um lugar onde pode se sentir protegido, mesmo durante uma visita.
Pedir permissão.
Antes de tocar no cachorro, sempre peça permissão ao tutor. Isso pode parecer óbvio, mas muitas pessoas chegam em uma casa e saem acariciando o cão como se fosse seu, sem perguntar nada. Alguns cães odeiam ser tocados por estranhos, outros têm áreas sensíveis ou doloridas, e alguns têm histórico de traumas que os tornam defensivos ao toque.
Além disso, o tutor conhece melhor o cão do que ninguém. Se ele disser “ele não gosta de carinhos agora” ou “evita ser tocado nas patas”, respeite. Isso não é falta de educação do tutor, é proteção do animal.
Quando o tutor autoriza, comece com toques leves e previsíveis – geralmente nas costas ou no pescoço, evitando patas, rosto e cauda de primeira. Observe a reação do cão: se ele se afasta, congela, coloca as orelhas para trás ou mostra qualquer sinal de desconforto, pare imediatamente. Alguns cães toleram carinhos por um tempo e depois cansam; respeite esse limite também.
Sem oferecer comida.
Uma das maiores tentações ao visitar uma casa com pet é oferecer petiscos ou comida de mesa para o cachorro. A intenção é carinhosa, mas é um dos erros mais comuns e potencialmente perigosos.
Primeiro, você não sabe se o cão tem alergias alimentares, intolerâncias ou segue uma dieta específica prescrita pelo veterinário. Uma simples bolinha de chocolate ou abacate podem ser tóxicas para cães. Alimentos gordurosos ou muito temperados podem causar vômitos, diarreias ou pancreatite.
Segundo, oferecer comida sem permissão desrespeita a autoridade do tutor sobre o próprio cão e as regras nutricionais da casa. O tutor pode estar controlando o peso do cão, evitando alimentos específicos ou treinando o animal para não pedir comida à mesa.
A regra é simples: nunca ofereça nada para o cão comer sem perguntar ao tutor. Se ele disser “pode”, melhor ainda – pergunte o quê e em que quantidade. Isso demonstra respeito e cuidado com a saúde do animal.
Brincadeiras controladas.
Brincadeiras intensas com um cão que você não conhece bem podem resultar em acidentes. Alguns cães ficam overstimulados rapidamente e perdem o controle, outros têm limites de brincadeira que não são óbvios e podem acabar mordendo.
Evite perseguições alucinadas, tira-tira com brinquedos muito agressivo ou qualquer coisa que deixe o cão extremamente excitado. Se o tutor tiver brinquedos apropriados e sugerir brincadeiras, siga as dicas dele sobre como fazer isso de forma segura.
Observe também o corpo do cão durante a brincadeira. Se ele começar a ofegar demais, se afastar ou mostrar sinais de irritação, pare. Brincadeiras devem ser divertidas para o cão também, não uma imposição sua de diversão. Muitas vezes, o cão prefere estar perto de você sem brincadeiras intensas – e isso está perfeito.
Sinais de estresse.
Parte essencial de visitar uma casa com pet é saber reconhecer quando o cachorro está estressado ou incômodo. Um cão estressado pode atacar, mesmo que seja um cão normalmente dócil, porque está se sentindo ameaçado ou sobrecarregado.
Sinais comuns de estresse incluem: bocejos fora de contexto, lambidas rápidas no focinho, desvio de olhar, orelhas para trás, cauda baixa, tremores leves, tentativa de se afastar, latidos excessivos ou rosnados. Se você vir esses sinais, dê espaço ao cão imediatamente. Diminua o volume de voz, evite movimentos bruscos e permita que ele se afaste.
Se o cão se retira para uma cama ou outro canto, não o persiga. Ele está sinalizando que precisa de um tempo sozinho, e você deve respeitar. Alguns cães precisam de pausas durante as visitas – não é pessoal com você, é apenas como eles lidam com mudanças de rotina e novos estímulos.
Regras da casa.
Cada tutor tem suas próprias regras e limites para o cão. Alguns permitem o cão na sala, outros não. Outros deixam o cachorro saltar em pessoas, outros ensinam o cão a não fazer isso. Alguns querem que o cão durma em uma cama específica durante a visita, outros o deixam livre.
Como visitante, você precisa perguntar quais são essas regras e respeitá-las. Se o tutor disser “ele não pode subir no sofá”, não deixe o cão subir. Se disser “evita oferecer a mão para ele lamber”, siga a instrução. Essas regras existem por uma razão, e desrespeitá-las frustra o tutor, confunde o cão e prejudica a educação já feita.
Além disso, se você desrespeita as regras, você está ensinando ao cão que as regras não importam quando certas pessoas visitam. Isso cria inconsistência e ansiedade no animal.
Crianças e segurança.
Se há crianças na sua companhia ou na casa, especial cuidado é necessário. Crianças pequenas não entendem ainda a linguagem corporal dos cães e podem fazer coisas que assustam ou machucam o animal, como puxar rabo, cair sobre o cão ou gritar perto dele.
Ensine às crianças as regras básicas: não tocar o cão sem permissão, não puxar rabo ou orelhas, não acordar o cão enquanto dorme, não abrir a boca do cão, não invadir o espaço do animal. Supervisione toda interação entre crianças e cão, mesmo que o cachorro seja conhecido e dócil.
A segurança é responsabilidade tanto do tutor quanto dos visitantes. Um cão pode ser incrivelmente paciente, mas tem limites, e uma criança pequena às vezes ultrapassa esses limites sem perceber. Prevenir acidentes é muito melhor do que ter de lidar com mordidas e traumas.
Voz de Maia.
Visitar uma casa com pet é um privilégio, não um direito. Você está entrando no mundo do cachorro – um mundo com regras, limites e necessidades que podem ser muito diferentes das suas. Quando você aprende a respeitar esse espaço, quando pergunta antes de tocar, quando observa sinais de cansaço e estresse, você não está apenas sendo educado. Está dizendo ao tutor e ao cão que você entende que aquele animal importa, que sua segurança e bem-estar vêm em primeiro lugar. E é nesse respeito silencioso, nessa observação atenta, que a verdadeira conexão acontece – não através de afeto excessivo, mas através da compreensão de que nem todo gesto de carinho é bem-vindo, e tudo bem assim.
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